segunda-feira, 25 de abril de 2011

"A" Receita

Sim é verdade... quando era criança, bem criança, desenvolvi uma receita inovadora... e aqui fica a prova disso!!

Receita para 30 TRUFA de chocolate, com um ingrediente inovador...
SOMO de laranja, para aromatizar

AHAHAH
:)

Eu Simplesmente Amo-te

Eu amo-te sem saber como, ou quando, ou a partir de onde. Eu simplesmente amo-te, sem problemas ou orgulho: eu amo-te desta maneira porque não conheço qualquer outra forma de amar sem ser esta, onde não existe eu ou tu, tão intimamente que a tua mão sobre o meu peito é a minha mão, tão intimamente que quando adormeço os teus olhos fecham-se.

Pablo Neruda, in "Cem Sonetos de Amor"

Uma citação lamecha...
para lembrar todos aqueles que amo... que amo!
*

25 de Abril

Conta da última ceia foi a rachar por todos e houve quem ficasse chateado por achar injusto por não ter bebido álcool

Uma investigação do INIMIGO PÚBLICO descobriu que o principal problema da última ceia foi a conta ter sido a dividir por todos.




“Eu vim comer qualquer coisa, que estava com uma larica do caraças, e de repente tenho que pagar um balúrdio porque aqueles gajos bebem que nem uns animais”, protestou um apóstolo que preferiu manter o anonimato para que as culpas possam recair todas sobre Judas. Acabaram por ficar todos zangados, foi cada um para seu lado e combinaram que, da próxima vez, vão todos comer uma Happy Meal ao McDonald´s ou então levam umas sandochas de casa e fazem um piquenique em Monsanto. Não se sabe se foi por causa deste repasto, mas a verdade é que nunca mais jantaram juntos.
Por Alexandre Parreira
In http://inimigo.publico.pt/Noticia/Detail/1490987

domingo, 3 de abril de 2011

Workshop Sushi @ Q.B. Essence 01.04

Islândia. O povo é quem mais ordena. E já tirou o país da recessão.

A crise levou os islandeses a mudar de governo e a chumbar o resgate dos bancos. Mas o exemplo de democracia não tem tido cobertura.
Os protestos populares, quando surgem, são para ser levados até ao fim. Quem o mostra são os islandeses, cuja acção popular sem precedentes levou à queda do governo conservador, à pressão por alterações à Constituição (já encaminhadas) e à ida às urnas em massa para chumbar o resgate dos bancos.
 
Desde a eclosão da crise, em 2008, os países europeus tentam desesperadamente encontrar soluções económicas para sair da recessão. A nacionalização de bancos privados que abriram bancarrota assim que os grandes bancos privados de investimento nos EUA (como o Lehman Brothers) entraram em colapso é um sonho que muitos europeus não se atrevem a ter. A Islândia não só o teve como o levou mais longe.

Assim que a banca entrou em incumprimento, o governo islandês decidiu nacionalizar os seus três bancos privados - Kaupthing, Landsbanki e Glitnir. Mas nem isto impediu que o país caísse na recessão. A Islândia foi à falência e o Fundo Monetário Internacional (FMI) entrou em acção, injectando 2,1 mil milhões de dólares no país, com um acrescento de 2,5 mil milhões de dólares pelos países nórdicos. O povo revoltou-se e saiu à rua.
 
Lição democrática n.º 1: Pacificamente, os islandeses começaram a concentrar-se, todos os dias, em frente ao Althingi [Parlamento] exigindo a renúncia do governo conservador de Geir H. Haarde em bloco. E conseguiram. Foram convocadas eleições antecipadas e, em Abril de 2009, foi eleita uma coligação formada pela Aliança Social-Democrata e o Movimento Esquerda Verde - chefiada por Johanna Sigurdardottir, actual primeira-ministra.
 
Durante esse ano, a economia manteve-se em situação precária, fechando o ano com uma queda de 7%. Porém, no terceiro trimestre de 2010 o país saiu da recessão - com o PIB real a registar, entre Julho e Setembro, um crescimento de 1,2%, comparado com o trimestre anterior. Mas os problemas continuaram.
 
Lição democrática n.º 2: Os clientes dos bancos privados islandeses eram sobretudo estrangeiros - na sua maioria dos EUA e do Reino Unido - e o Landsbanki o que acumulava a maior dívida dos três. Com o colapso do Landsbanki, os governos britânico e holandês entraram em acção, indemnizando os seus cidadãos com 5 mil milhões de dólares [cerca de 3,5 mil milhões de euros] e planeando a cobrança desses valores à Islândia.
 
Algum do dinheiro para pagar essa dívida virá directamente do Landsbanki, que está neste momento a vender os seus bens. Porém, o relatório de uma empresa de consultoria privada mostra que isso apenas cobrirá entre 200 mil e 2 mil milhões de dólares. O resto teria de ser pago pela Islândia, agora detentora do banco. Só que, mais uma vez, o povo saiu à rua. Os governos da Islândia, da Holanda e do Reino Unido tinham acordado que seria o governo a desembolsar o valor total das indemnizações - que corresponde a 6 mil dólares por cada um dos 320 mil habitantes do país, a ser pago mensalmente por cada família a 15 anos, com juros de 5,5%. A 16 de Fevereiro, o Parlamento aprovou a lei e fez renascer a revolta popular. Depois de vários dias em protesto na capital, Reiquiavique, o presidente islandês, Ólafur Ragnar Grímsson, recusou aprovar a lei e marcou novo referendo para 9 de Abril.
 
Lição democrática n.º 3: As últimas sondagens mostram que as intenções de votar contra a lei aumentam de dia para dia, com entre 52% e 63% da população a declarar que vai rejeitar a lei n.o 13/2011. Enquanto o país se prepara para mais um exercício de verdadeira democracia, os responsáveis pelas dívidas que entalaram a Islândia começam a ser responsabilizados - muito à conta da pressão popular sobre o novo governo de coligação, que parece o único do mundo disposto a investigar estes crimes sem rosto (até agora).
 
Na semana passada, a Interpol abriu uma caça a Sigurdur Einarsson, ex-presidente-executivo do Kaupthing. Einarsson é suspeito de fraude e de falsificação de documentos e, segundo a imprensa islandesa, terá dito ao procurador-geral do país que está disposto a regressar à Islândia para ajudar nas investigações se lhe for prometido que não é preso.
 
Para as mudanças constitucionais, outra vitória popular: a coligação aceitou criar uma assembleia de 25 islandeses sem filiação partidária, eleitos entre 500 advogados, estudantes, jornalistas, agricultores, representantes sindicais, etc. A nova Constituição será inspirada na da Dinamarca e, entre outras coisas, incluirá um novo projecto de lei, o Initiative Media - que visa tornar o país porto seguro para jornalistas de investigação e de fontes e criar, entre outras coisas, provedores de internet. É a lição número 4 ao mundo, de uma lista que não parece dar tréguas: é que toda a revolução islandesa está a passar despercebida nos media internacionais.
By Joana Azevedo Viana

Você também tem culpa, caro leitor

O Cronista Indelicado
Você também tem culpa, caro leitor
Desculpe dizer-lhe isto assim, mas não estamos em época de salamaleques: você, caro leitor, tem culpa do buraco em que o país se afundou.

Claro que não tem tanta culpa quanto os primeiros-ministros que nos últimos 15 anos passearam por Belém, nem quanto as centenas de ministros e secretários de Estado que aceitaram bovinamente os infindos dislates que nos trouxeram até à banca rota. Esses, os chamados "políticos", pecaram por acção. Mas você, eu, todos nós, pecámos por omissão: porque vivendo em democracia, tendo nas nossas mãos o poder de dizer quem manda em Portugal, fomos aceitando um verdadeiro cortejo de mediocridades até chegarmos ao engenheiro Sócrates.
 
Nós, todos nós, falhámos enquanto sociedade. Não se trata aqui de diluir as culpas num todo abstracto, até chegarmos àquele ponto em que sendo todos culpados ninguém o é verdadeiramente. Trata--se de assumir o dever urgente de repensar o que significa ser um cidadão no Portugal do século XXI.
 
Com o avanço da democracia e a melhoria das condições de vida, a política tornou-se uma actividade distante. Mas da mesma forma que não é admissível ser-se "apolítico" durante uma ditadura, também agora, nesta encruzilhada da nossa história, ser-se "apolítico" não é uma opção moralmente aceitável. Neste momento, os portugueses parecem-se com aquelas pessoas que já tiveram tantas relações falhadas na vida que deixaram de acreditar no amor. Só que quem deixa de acreditar no amor tem sempre a hipótese de ficar a viver sozinho – e Portugal não tem hipótese de ficar sem governo. Cruzar os braços e suspirar "eles são todos iguais" pode ter sido uma opção durante duas décadas. Não é mais. A política tem de voltar a ser discutida na rua, nos cafés, ao jantar. Nós chegámos à bancarrota porque cometemos o pior dos erros: deixámos a política nas mãos dos políticos.
By João Miguel Tavares